tag:blogger.com,1999:blog-19506358415090561932024-02-19T08:43:09.871-08:00Utopias JuvenisFutebol, Política, Cinema e VidaFadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-41314633878978274942011-06-23T13:32:00.000-07:002011-06-23T13:35:07.349-07:00Crônica de um amor correspondido<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmBIB-UdcZG5_dxhlH2A6j580Uv0NoI2SKQXttiDsx8j95eChALbXZ_WpYN3Xwn8Ad0W17zG-VUF8ZUFVRii9-gEFTdbuBadNRE65cMyVCu8osimIZYP_wGo-mHdBFHERCQSqvw9NTLZU/s1600/tacaliberta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmBIB-UdcZG5_dxhlH2A6j580Uv0NoI2SKQXttiDsx8j95eChALbXZ_WpYN3Xwn8Ad0W17zG-VUF8ZUFVRii9-gEFTdbuBadNRE65cMyVCu8osimIZYP_wGo-mHdBFHERCQSqvw9NTLZU/s200/tacaliberta.jpg" width="138" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8GcsHgZxXD4X7NxxWG5U1aEABKD7F01S8E-YPx-QKzRt76cyR8iY5ECwTKWvTh71CSDUn0BKQw-UYKGfhSz34yO4ZxdGn-aE4OtocIi3rCaRlC6Jxb0d1_U6EyKVV3l3TTU9XbwHAj8Q/s1600/santos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8GcsHgZxXD4X7NxxWG5U1aEABKD7F01S8E-YPx-QKzRt76cyR8iY5ECwTKWvTh71CSDUn0BKQw-UYKGfhSz34yO4ZxdGn-aE4OtocIi3rCaRlC6Jxb0d1_U6EyKVV3l3TTU9XbwHAj8Q/s200/santos.jpg" width="177" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div>Era uma vez uma moça muito cobiçada e desejada por todos, chamada Libertadores. Como todas as mulheres, não se rendia a qualquer gracejo, o cara tinha que suar muito pra conquistá-la. Me lembro que seu primeiro amor foi um uruguaio, com quem ela passou 2 anos e parecia estar encantada, ter encontrado o amor de sua vida. Mas o primeiro amor dificilmente é aquele pra vida toda, isso não é novela, é uma história real! Foi então que ela se descobriu numa paixão arrebatadora por um brasileiro. E é dever dizer que da parte do brasileiro foi amor à primeira vista. Esse brasileiro de nome Santos a encantou, também pudera, o garoto era especial, digamos assim, o melhor de todos os tempos. Mas logo de cara, Santos percebeu que a Libertadores era "diferente", não seria fácil domá-la e conquistá-la. Por onde o Santos ia, era aplaudido de pé pela Libertadores, fazia o impossível acontecer pelo seu grande amor. E assim viveram 2 anos inesquecíveis, apesar do uruguaio estar sempre por perto e surgir um argentino milongueiro no caminho também...</div><div style="text-align: justify;">Infelizmente, alguns mal-entendidos separaram o Santos da Libertadores. O garoto queria viajar o mundo, ganhar muito dinheiro e ser conhecido em todo o planeta, mas a Libertadores não podia sair de seu continente. Assim a vida seguiu por muito tempo e a Libertadores conheceu muitos argentinos, uruguaios, paraguaios, colombianos, chilenos, inclusive outros brasileiros, mas nunca esqueceu seu grande amor Santos, ainda que não admitisse a ninguém. Muito tinhosa essa Libertadores, uma fera quase indomável. Santos também ficou um pouco decepcionado com a atitude da Libertadores e resolveu dar um tempo mesmo na relação, sumiu por um bom período. Às vezes, a saudade é a maior prova de amor que se pode obter, e Santos nunca negou que a Libertadores era seu grande amor na vida, o tempo provou isso a ele, com muito sofrimento e esperança que um dia pudessem se reencontrar.</div><div style="text-align: justify;">Santos era bastante clássico, não tinha dinheiro de sobra nem era bancado pelos outros, tudo que conquistou foi com muita luta e sua filosofia de vida era aproveitar ao máximo o que se tinha em casa, não desperdiçar. E a Libertadores valorizava isso, ainda que tenha saído aqui e ali com uns mauricinhos que não davam valor às pratas da casa. Mas Libertadores logo os esquecia, era coisa passageira.</div><div style="text-align: justify;">Muito tempo depois, Santos e Libertadores voltaram a se encontrar em 2003, ele um rapaz mais experiente, porém com uma jovialidade que não se via há algum tempo, ela já uma mulher formada, mas por vezes ainda indecisa. E naquele ano o Santos fez de tudo para conquistá-la, trazia à tona as memórias dos anos dourados que viveram juntos, parecia que era o mesmo Santos de tantos anos atrás, um espetáculo de encher os olhos a história desses dois...tudo seguia muito bem e a Libertadores ia se entregando de corpo e alma aquele amor pra vida toda. No entanto, no momento final, Libertadores acabou caindo na milonga daquele argentino mequetrefe e disse não ao Santos, um baque difícil de suportar. Aquele argentino se revelaria um tremendo conquistador nos anos seguintes, enquanto que o Santos passou esse período por perto, decidiu se fixar no continente e flertar com a Libertadores, conseguindo alguns encontros, mas não voltou a conquistá-la. Era nítido que a Libertadores, como toda mulher, gostava de ser cortejada, desejada, mas não se enganem, ela exigia respeito. E, sem querer ofender os outros caras, foi desde sempre o Santos quem conseguiu o equilíbrio da ousadia e do respeito pela Libertadores. Já presenciamos alguns muito atirados, outros comedidos demais conquistá-la, mas com a intensidade certa, a medida perfeita só o Santos mesmo havia conseguido.<br />
Eis que chegamos ao ano de 2011, e a Libertadores chegou a confidenciar a pessoas próximas a ela que estava de olho no Santos desde 2010. O rapaz também estava irresistível, sempre bem apresentado, e enfatizando como sempre seus valores trazidos de casa. Santos não mudava sua personalidade, sua coerência beirava à teimosia em alguns momentos, e sua admiração pela Libertadores só fez crescer desde 2003. Eles então se encontraram em 2011, muito nervosismo de parte a parte, mas dessa vez a Libertadores percebeu que o Santos estava se preparando para ela, que aquele Santos era diferente dos outros caras, e por isso mesmo, tão parecido com o Santos dos tempos áureos, melhor que o de 2003. O Santos entretanto titubeou como nunca, parecia inseguro e nervoso. No dia do aniversário do Santos, eles se encontraram e a Libertadores lhe deu um presente que mudou tudo. Ela, pela primeira vez, demonstrou claramente que queria o Santos! Libertadores foi dispensando seus pretendentes pomposos rapidamente, dessa vez ela estava plenamente decidida sobre o que queria. Era o que faltava para o Santos, que cheio de segurança a partir de então, começou a se encontrar com a Libertadores toda semana "e a vontade crescia, como tinha de ser"...<br />
Chegou então o centésimo encontro entre o Santos e a Libertadores, uma marca importante em qualquer relacionamento. E não é que aquele uruguaio, o primeiro amor da Libertadores, resolveu dar as caras?! Se apoiando exclusivamente no passado, ele tentava reconquistá-la a todo custo, mas parecia vazio nos dias atuais, tão sem graça, tão sem brilho. Ainda assim, o Santos quis se precaver, colocou seu traje de gala e juntou o passado e o presente pro centésimo encontro, mostrou à Libertadores como sempre a respeitou e que podia ousar na hora certa, o Santos sabia o momento de ousar, porque sabia o que queria, estava equilibrado e seguro como há tempos não se via. A Libertadores não resistiu...escolheu ficar com o amor de sua vida e confessou já nos braços do Santos: "como eu senti saudades de voce, não faz mais isso comigo, eu quero ficar com voce por muito tempo ainda, eu te amo!", enquanto que o Santos, com as lágrimas correndo pelos olhos, respondeu: "eu sempre soube disso, também morri de saudades e te amo mais que tudo nessa vida!".<br />
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Essa é a história de amor entre Santos Futebol Clube e Copa Libertadores da América, que foram feitos um para o outro, como pude comprovar em 22/06/2011, na noite mais emocionante que o futebol já me proporcionou...</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-87533934730469709362011-06-21T18:37:00.000-07:002011-06-21T18:37:31.873-07:00Saudade...<div style="text-align: justify;">Como é possível uma pessoa sentir saudades de algo que não aconteceu de fato? Como diz o Chicó "não sei, só sei que é assim". Costumo sentir saudade de coisas que acho que gostaria, de coisas que não sei definir o que foram ao certo, mas que ainda assim essa dúvida, essa incerteza, me causa saudade e vontade de relembrar, de reviver, de viver...</div><div style="text-align: justify;">Deve ser por isso que a palavra saudade está entre as mais difíceis de serem traduzidas, é um troço estranho, não é ruim, ao mesmo tempo que não é bom. Quando penso em saudade, minha primeira reação é um sorriso leve, aquele sem mostrar os dentes, do tipo que lembrou de alguma coisa boa, algum momento feliz mas que nem sempre é possível reeditar. Gosto de pensar que a saudade é a memória sentimental, aquela que vem do coração, diferente da outra que vem do cérebro. É a memória que passa longe da decoreba, o retrato fiel que fixamos com o menor esforço e o maior prazer.</div><div style="text-align: justify;">Eu gosto da saudade, gosto de sentir saudade, me ajuda a lembrar o que gostei e quero repetir, assim como me impede de esquecer pessoas e momentos que conheci e vivi, ainda que nos os dê a devida atenção, os guardo com carinho na memória sentimental, a minha saudade...</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-78675293164526935172011-06-04T07:39:00.000-07:002011-06-04T07:39:30.122-07:00C'est la vie...<div style="text-align: justify;">Nem sempre tomamos as decisões corretas nas nossas vidas. Às vezes, sequer tomamos decisões. O balanço entre essas "mudanças" vai formando o que somos, mas nem sempre o que queremos ser. Eu mesmo já quis ter coragem pra tomar muitas atitudes e não as fiz. Assim também como não me arrependo de não ter tomado outras tantas. A vida é assim mesmo, ora achamos ter o controle dela, ora nos sentimos meros fantoches de uma força maior que não respeita nossos interesses.</div><div style="text-align: justify;">Ainda tô aprendendo a conviver com mudanças que não previ, desvios de rota repentinos, essas pegadinhas que a vida apronta com a gente. Progressos já foram feitos, tenho certeza. Ainda me pergunto porque algumas coisas me acontecem, mas faz parte do aprendizado. É complicado superar algumas decepções que temos com os seres humanos, mas fazer o que, se isso acaba me tornando mais teimoso ainda em seguir em frente e procurar conhecer as pessoas "certas" da próxima vez? Que fique registrado: eu não vou desistir!!!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-68083116027550149992011-06-04T06:39:00.001-07:002011-06-04T06:52:30.986-07:00Clarice Lispector<div style="text-align: justify;">Bom, na falta de postagens da minha parte, por preguiça e também por não saber escolher as palavras mais apropriadas para me expressar, repasso um texto brilhante de Clarice Lispector. Retirei o texto do site laurapoesias.com (o site pedia pra dar os créditos, então tá...rs)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">Rifa-se um coração</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; "><strong style="font-weight: 400; "><span class="Apple-style-span" >Rifa-se um coração quase novo.<br />Um coração idealista.<br />Um coração como poucos.<br />Um coração à moda antiga.<br />Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.<br />Rifa-se um coração que na realidade<br />está um pouco usado, meio calejado, muito machucado<br />e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.<br />Um pouco inconseqüente<br />que nunca desiste de acreditar nas pessoas.<br />Um leviano e precipitado,<br />coração que acha que Tim Maia estava certo<br />quando escreveu... "não quero dinheiro,<br />eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".<br />Um idealista...<br />Um verdadeiro sonhador...<br />Rifa-se um coração que nunca aprende.<br />Que não endurece,<br />e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,<br />sendo simples e natural.<br />Um coração insensato que comanda o racional<br />sendo louco o suficiente para se apaixonar.<br />Um furioso suicida que vive procurando relações<br />e emoções verdadeiras.<br />Rifa-se um coração que insiste<br />em cometer sempre os mesmos erros.<br />Esse coração que erra, briga, se expõe.<br />Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.<br />Sai do sério e, às vezes revê suas posições<br />arrependido de palavras e gestos.<br />Este coração tantas vezes incompreendido.<br />Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.<br />Rifa-se este desequilibrado emocional que,<br />abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,<br />mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.<br />Um coração para ser alugado,<br />ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.<br />Um órgão abestado<br />indicado apenas para quem quer viver intensamente e,<br />contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida<br />matando o tempo, defendendo-se das emoções.<br />Rifa-se um coração tão inocente<br />que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.<br />Um coração que quando parar de bater<br />ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:<br />" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,<br />só errei quando coloquei sentimento.<br />Só fiz bobagens e me dei mal<br />quando ouvi este louco coração de criança<br />que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".<br />Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro<br />que tenha um pouco mais de juízo.<br />Um órgão mais fiel ao seu usuário.<br />Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.<br />Um coração que não seja tão inconseqüente.<br />Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,<br />mas que incomoda um bocado.<br />Um verdadeiro caçador de aventuras que,<br />ainda não foi adotado, provavelmente,<br />por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,<br />por não querer perder o estilo.<br />Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.<br />Um simples coração humano.<br />Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.<br />Um modelo cheio de defeitos que,<br />mesmo estando fora do mercado,<br />faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,<br />constrange o corpo que o domina.<br />Um velho coração que convence seu usuário<br />a publicar seus segredos e, a ter a petulância<br />de se aventurar como poeta.</span></strong></span></div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-91639306972102482422011-01-26T16:18:00.000-08:002011-01-26T17:02:31.596-08:00As desventuras amorosas de Antonio Daniel - Capítulo 1: Introdução seguida de O Onibus<div style="text-align: justify;">Antonio Daniel é um rapaz normal. Ainda mora com os pais por acomodação, mas jura que é para estar por perto. Tem um emprego relativamente estável, é formado, não tem muitos amigos é verdade (Antonio Daniel nunca foi muito comunicativo), mas tem muitos sonhos. Antonio Daniel é um rapaz normal? Ele sonha com o fim da desigualdade, o estabelecimento da justiça no mundo, mas ultimamente seu grande ideal de vida perfeita é bastante pessoal: morar em uma cidade pequena não muito longe de São Paulo (embora lhe custe cada vez mais admitir, Antonio Daniel não se vê longe do caos urbano de sua cidade natal...), com um FORD ECOSPORT na garagem (ninguém entende porque Antonio Daniel cismou com esse carro!), uma varanda espaçosa, uma mulher apaixonada (Antonio Daniel desistiu da mulher de sua vida recentemente, história para outro capítulo...), seus melhores amigos, um copo de cerveja na mão de cada um, observando o movimento da rua e pensando na vida. Definitivamente, Antonio Daniel não é um cara normal! Antonio Daniel acredita no amor verdadeiro, na cordialidade, no romance, no olhar, em paixão à primeira vista, até nas pessoas Antonio Daniel acredita! Ele nasceu na época errada, tivesse vivenciado os anos 60 e já teria realizado seus sonhos (exceto o ECOSPORT na garagem, por motivos óbvios...).<br />Outro dia, Antonio Daniel pegou o ônibus a caminho do trabalho e viu uma garota linda, paralisante. Ela também o olhou por alguns segundos, que bem poderiam durar uma eternidade. Antonio Daniel passaria o dia somente contemplando tanta beleza (Antonio Daniel não costuma falar as coisas da boca pra fora, ele realmente poderia passar o dia somente a observando e a admirando). Ao passar a catraca, ele pensou se ia para a porta ou se ficava no corredor ao lado da cadeira daquela garota. Miraculosamente, desta vez decidiu tentar a sorte no corredor e torcer para que a moça pedisse para levar sua mochila e o rapaz ao lado dela se levante logo (estranha essa atitude, já que Antonio Daniel costuma sempre ceder o lugar a outras pessoas no ônibus, não costuma se sentar, ele acha que tem sempre alguém mais cansado que ele...). Já se passaram 2 pontos e a moça não lhe dirigiu a palavra. Também pudera, Antonio Daniel nunca tira aquele fone do ouvido, sempre escutando alguma música ou notícias do trânsito (Antonio Daniel nem pega trânsito a caminho do trabalho, vai entender...)! Antonio Daniel sempre toma o cuidado de observar discretamente as mãos das garotas, para identificar se são casadas ou tem namorado (mulheres comprometidas já tiraram o sono de Antonio Daniel, história para outro capítulo...), esta aparentava ser livre.<br />Antonio Daniel gosta de imaginar como seriam as coisas caso ele não fosse tímido, como seria o diálogo, um primeiro encontro, se ela gosta das mesmas coisas que ele, e Antonio Daniel sempre torce para que ela desça no mesmo ponto que ele, assim quem sabe os dois não conversem alguma coisa e iniciem um contato (por mais que Antonio Daniel nunca tenha iniciado uma conversa com alguma garota que tenha descido no mesmo ponto que ele...). Chega o ponto de Antonio Daniel, a garota não levou sua mochila, ele dá uma última olhada nela e mentalmente a deseja um bom dia e bom trabalho antes de se virar para a porta, ela não o olha mais. Antonio Daniel segue procurando alguma garota mais corajosa que ele para iniciar um diálogo, mas por ora tem que trabalhar...<br /><br />* Os personagens aqui retratados são estritamente ficcionais. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência e prova irrefutável que todos podemos nos apaixonar em um ônibus ou mesmo sonhar com uma vida menos ordinária...<br /></div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-10056830033572409052009-05-03T17:54:00.000-07:002009-05-03T18:14:54.786-07:00"eu tive um sonho..."<div align="justify">Eu tive um sonho... não tão nobre quanto o de Martin Luther King, mas eu tive um sonho mesmo assim. Sonhei que no dia 03/05 o Pacaembu, por volta das 18h, assistia a uma virada inesquecível, um verdadeiro show de futebol, e que até mesmo a torcida adversária, apesar da decepção pela perda de um título dado como certo, aplaudia àquele espetáculo memorável, coisa que não acontece com frequência. Sonhei que os meninos da vila encantaram a todos com suas jogadas, que um certo camisa 9 fez o que dele se espera (gols) e que um goleiro mais uma vez foi decisivo em jogo importante. Sonhei que a imprensa toda havia se precipitado em suas conclusões, e agora se viam obrigadas e reconhecer os erros e apontar o Santos como o melhor time do campeonato. Sonhei que os "deuses do futebol" voltaram a iluminar o Pacaembu com uma daquelas vitórias que só o futebol nos proporciona, com lances mágicos, gol nos acréscimos e lances polêmicos.</div><div align="justify">Acabado o sonho, parabenizo o merecido campeão invicto Corinthians, que foi o time mais constante durante todo o campeonato. Talvez (e só talvez) não tenha jogado melhor que o Santos no somatório dos 2 jogos da final, mas indiscutívelmente foi superior aos adversários no decorrer do campeonato, e assim o injusto futebol acabou por fazer justiça nessa final. </div><div align="justify">Juntamos os cacos pela perda, cientes do esforço que fizemos e de nossas capacidades, porque em 1 semana já começa o Brasileirão e renova-se toda a expectativa e esperança de conquistar um título. Futebol é assim mesmo...</div><div align="justify">Santos, sempre Santos</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-59541991669569379072009-04-26T14:05:00.000-07:002009-04-26T14:23:53.050-07:00"só hoje..."<div align="justify">Só hoje o futebol poderia ser um esporte justo... só hoje o time que joga melhor poderia vencer... só hoje o time que pressiona o adversário o tempo inteiro poderia traduzir isso em gols... só hoje um certo camisa 9 poderia aprender a não estar em impedimento em TODOS os lances do jogo... não! A graça do futebol está exatamente na injustiça, na sorte e no acaso. Desta forma, o Santos perdeu a primeira partida da decisão pro Corinthians por 1 x 3. Ainda restam 90 minutos no Pacaembu, e justamente por se tratar do injusto futebol, o Peixe ainda pode ser campeão paulista 2009. Chegou a hora de mostrar que o "SANTOS É O TIME DA VIRADA, SANTOS É O TIME DO AMOR". Eu torço pra que consigamos esse feito, pois o time merece pelo que vem jogando. Basta não pecar tanto nas finalizações e torcer pra que um certo fenômeno não desequilibre novamente. Amanhã é dia de botar a camisa e encher o peito de orgulho, perdemos o jogo de pé, jogando bem e criando chances. Os verdadeiros torcedores sabem disso: é nas derrotas que percebemos quem está com o time e quem só comemora os títulos. Eu pessoalmente me encontro no primeiro grupo, acho que os 18 anos de jejum de títulos me fizeram lidar melhor com essas situações. Vergonha? Vergonha teria se o time não se esforçasse em campo, o que não é o caso. Domingo que vem é dia de mais injustiça, e um alvinegro fará a festa em SP. Se for o Santos, maravilha, se for o Corinthians, parabéns e bola pra frente.</div><div align="justify">Santos, sempre Santos</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-59735221964794832272009-04-21T16:53:00.000-07:002009-04-21T17:30:43.807-07:00Futebol em branco e preto - a final do paulistinha 2009<div align="justify">Ufa! Enfim chegamos. Superando expectativas inclusive de seus próprios torcedores, o Santos, na semana em que completou 97 anos de glórias e futebol-arte, se credenciou à disputa de mais uma final. O adversário será o Corinthians, o outro alvinegro do estado. Jogando um futebol vistoso, aguerrido, determinado e irresistível, o peixe atropelou o Palmeiras nos 2 jogos da semifinal. Se na primeira partida tivemos o melhor jogo do campeonato, com incontáveis chances de gol para os dois lados, na segunda partida foi o "jogo de um time só". Ouvindo a partida pela radio Bandeirantes, perguntaram ao comentarista antes do jogo se o Santos iria para cima do Palmeiras. Veja a resposta: "- não deveria ir, mas irá com certeza, porque está no DNA do Santos...". Depois disso, é difícil acrescentar mais alguma coisa. É da natureza desse time buscar sempre a vitória, jogar de maneira ofensiva, não se intimidar jamais. Foi o que fizemos. Sem utopismo (será?!), foi a primeira vez que vi um time jogando um clássico fora de casa, sem a necessidade da vitória para se classificar, de maneira tão ofensiva, sufocando o adversário em seus próprios domínios. Foi demais! Mas ainda não acabou...restam 2 partidas para os famosos "deuses do futebol" voltarem a sorrir por estas bandas. No Brasil, funciona assim: lembra-se sempre do campeão. Por isso, aguardo ansioso pelo título que consagrará o que todo santista já percebeu: esse Santos é mais um time diferenciado, daqueles que ficam marcados na história do maior clube do Brasil. O pequeno Madson é incansável, no ataque e na defesa, na velocidade e na habilidade; Paulo Henrique Ganso não se esconde do jogo, erra porque arrisca e quando acerta...arranca suspiros da torcida incrédula; Neymar cresceu na hora decisiva e foi determinante na semifinal, agora é a hora de se posicionar ao lado de Pelé e Robinho, jogando bem contra a vítima favorita destes grandes ídolos santistas. Como aconteceu com a última geração reconhecida pela imprensa, a de 2002, novamente a final será contra o Corinthians. Será que teremos pedaladas novamente? Quem sabe... o que sei é que serão 2 jogos eletrizantes. Felizmente, após muito tempo, o Santos poderá jogar uma final em sua casa, a Vila Belmiro, alçapão que faz muita diferença. O segundo jogo será no Pacaembu, a nossa "casa" na capital, estádio que já viu uma das maiores apresentações do Santos, naquele inesquecível 10/12/1995 (Santos 5 x 2 Fluminense - semifinal do campeonato brasileiro 1995). É inevitável e quase impossível conter a euforia diante das circunstâncias, mas seguiremos como azarões, correndo por fora até os 45 do segundo tempo, quando já sem condições de evitar o inevitável, a voz dos 10% de santistas presentes no Pacaembu no dia 03/05/2009 se fazer mais forte que toda a imprensa esportiva, e ecoar por todos os lugares um só grito: VAI PRA CIMA DELES, SANTOS!!!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-77053131381675719182009-04-05T09:00:00.000-07:002009-04-05T10:04:49.833-07:00Mas será possível?<div align="justify">Retomando os estudos agora em 2009, me surgiu a questão durante uma aula: seria possível uma democracia no real sentido do termo, ou seja, que remeta à ideia original formulada pelos gregos? Convenhamos, o conceito de democracia foi banalizado a tal ponto que atualmente nos contentamos com eleições periódicas e o suposto "direito" de votar. Posso até imaginar os filósofos gregos e, especialmente, Rousseau (para quem "a soberania e inalienável") se remoendo em seus túmulos ao ouvirem após os pleitos que a democracia se consolidou em determinado país...</div><div align="justify">É evidente que não vislumbro a população de cada capital dos estados brasileiros, por exemplo, se reunindo em praças públicas para deliberar sobre as demandas do país. Mas, por outro lado, isso aqui é o "utopias juvenis", deve haver uma possibilidade. Vejamos: entendo que a democracia "antiga" (o governo do povo) pressupõe automaticamente a participação ativa da sociedade, enquanto que atualmente obtemos a duras penas um governo "representativo" (representativo de quem? assunto para outro post, talvez...). Acredito ser possível darmos um passo além da representatividade e flertar com a democracia, pelo menos. As praças públicas descartadas, miremos então a tecnologia: por que não se utilizar dos caixas eletrônicos dos bancos para que a população possa votar as leis e mudanças propostas, ainda a princípio, pelos parlamentares? (sim, a inclusão bancária no Brasil é bastante reduzida, mas só pra citar um exemplo, se considerarmos o número de pessoas que possuem o "cartão do cidadão" da Caixa Econômica Federal ou que recebem algum benefício social através de cartão magnético, como é o caso do "bolsa família", esse número aumenta consideravelmente). Para que algo fosse aprovado, deveria haver ao menos participação de 50% da população, observando sempre que a aprovação estaria condicionada à maioria simples dos votantes (50% + 1). A ideia não passa de um rascunho mal formulado, do qual depende indispensavelmente uma reformulação radical no sistema educacional brasileiro (assunto para outro post...), coisa para se implantar daqui a algumas décadas, quando a população estiver mais habituada ao uso de máquinas e, principalmente, ao uso da democracia como instrumento social para promover as mudanças necessárias. Coisa para quando nos dermos conta que votar em pessoas para exercer os nossos direitos é tão absurdo quanto esperar que alguma mudança efetiva parta espontaneamente dos nossos "representantes"...</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-11406415039788969212009-03-26T17:12:00.000-07:002009-03-26T17:33:58.771-07:00Mais um raio que cai na Vila Belmiro<div align="justify">Contrariando todas as previsões pessimistas que cercam atualmente o futebol, novamente o Santos nos brinda com um talento raro, daqueles jogadores que impressionam pela ousadia e habilidades cada vez mais escassas. Ah, Neymar! Que prazer vê-lo jogar. Que alegria é saber que o futebol ainda pode me fazer sorrir. Esse Santos tem oscilado, mas joga bonito demais...literalmente, enche os olhos de quem vê: enche de alegria, de saudade de uma época onde o Brasil era mesmo o país do futebol, enche de lágrimas, enche de surpresa. Pode não dar em nada esse time, mas ainda assim terá valido a pena. Outros torcedores costumam não entender como os santistas se contentam com tão pouco...ah, se eles soubessem...ah, se eles pudessem...ah, se eles tivessem...procuramos sempre dar espetáculo, que as vitórias sejam consequência do trabalho bem realizado. Não importa se perdemos, mas se podemos no dia seguinte vestir a camisa e encher o peito de orgulho pelo futebol-arte demonstrado. E disso não posso me queixar, ainda bem...</div><div align="justify">Neymar o Paulo Henrique (o Ganso) relembram os melhores momentos que o Santos já proporcionou a esse país. Ganso tem a categoria e o talento do nosso eterno messias Giovanni, e Neymar a habilidade e talento de Robinho, mas com a inteligência de alguém ainda maior...</div><div align="justify">Ah, garotos, voces bem que podiam mudar a história do futebol brasileiro, retormar os velhos tempos, onde os craques faziam história pelos clubes que o revelaram...dane-se a Europa! O futebol é aqui! Vocês poderiam ser os novos Marcos e Rogério Ceni, que tal?</div><div align="justify">Bom, enquanto os euros não lhes seduzem, vou aproveitando cada lance, cada jogada, cada drible pra sorrir um pouquinho e sonhar com uma consequência a altura dessa magia que vocês desfilam em campo. Só lamento que a tv aberta mantenha essa postura de ignorar o maior campeão brasileiro até hoje (dessa vez, será reconhecido: Santos octacampeão). Vai pra cima deles, Santos!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-59763793411077469182009-02-03T12:14:00.000-08:002009-02-06T12:50:26.583-08:00Chegadas e partidas<div align="justify">Cinco minutos observando as pessoas no Terminal Rodoviário Tietê são suficientes para obtermos uma vasta amostra do que um ser humano pode sentir. A tristeza de uma partida denunciada pelo choro compulsivo; a alegria de reverum ente querido após longo tempo; o cansaço, fome e sono após uma extenuante viagem que pode durar mais que 3 dias; a pressa em chegar à plataforma de embarque para não perder o ônibus; o espanto em chegar pela primeira vez à cidade grande. Os enormes e pesados sacos que chegam trazem mais que guloseimas e comidas típicas "da roça", estão mais carregados da saudade daque infância no meio do mato que não volta mais; as enormes e pesadas caixas que partem tentam levar ao sertão um avanço tecnológico que parece "progredir" cada vez mais rápido. Muitos sonhos começam no Terminal. Mas a realidade daquele lugar rodeado por grades logo demonstra que os sonhos não são facilmente realizáveis. O Terminal é um lugar de emoções: a alegria se mistura e se confunde com a tristeza. Pois, como Maria Rita já cantou "a hora do encontro é também despedida". E nenhuma despedida é fácil. E as pessoas que chegam? Será que trazem dentro de si mais saudades do que (e de quem) ficou para trás ou têm mais alegria e esperança de prosperar na metrópole? E a prosperidade a qual me refiro pode ser financeira, amorosa ou até mesmo física (talvez um tratamento médico que só os grandes centros possam oferecer)...enfim, o Terminal Tietê é um fiel retrato da cidade de São Paulo, tão grande, mas já tão pequeno, tão cinza e superpopuloso, tão assustador e acolhedor, com uma diversidade cultural tipicamente brasileira. Começando sonhos e terminando histórias. Um elo entre o passado e o futuro.</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-18214944791294923722009-01-22T15:07:00.001-08:002009-01-22T15:26:20.311-08:00A troca<div align="justify">Todo bom filme começa com uma boa história. E a história de "A troca", o novo filme de Clint Eastwood, é primorosa. Ambientado nos anos 20 e 30 na Califórnia, narra os percalços de uma mãe em busca do filho desaparecido. A polícia de Los Angeles, conhecida pela incompetência e corrupção, supostamente soluciona o caso, trazendo à mãe desesperada um garoto. Mas aquele não é o filho desaparecido. Começa então uma verdadeira batalha de uma mulher para recuperar aquele que ela mais estima na vida, contra a insensatez de uma polícia receosa de admitir um erro e virar chacota na imprensa. Não vale à pena esmiuçar aqui o desenrolar da trama, pois a intenção é apenas estimular os leitores a irem ao cinema. Mas há que se exaltar algumas características do filme. A mais importante de todas, na minha opinião, é a importância e acreditar nas pessoas, dar um voto de confiança, contar com a ajuda dos outros. Em tempos tão sombrios, a desconfiança é latente no ser humano. Mas, apesar de tudo, apesar das contradições, afirmo que o filme passa essa mensagem: vale à pena acreditar nas pessoas, por mais que quebremos a cara, em algum momento seremos recompensados, e então sentiremos que nossos esforços não foram em vão. Outro aspecto marcante do filme é o que a mobilização dessa mãe foi capaz de obter em benefícios para toda a cidade. E o filme é baseado em uma história real. Fico me perguntando porque histórias como essa nunca chegaram aos nossos ouvidos, porque não são lembradas como exemplo. Fico me perguntando porque guerras são sempre lembradas, porque em 2005 comemorou-se 60 anos do fim da II Guerra Mundial, quando deveríamos lamentar todos os dias o início de uma guerra qualquer que seja ela. A verdade é que histórias de perseverança acontecem todos os dias, mas não nos damos conta. "A troca" é, acima de tudo, uma história de esperança, esperança em muitas coisas, não apenas em reencontrar um filho desaparecido. Filmaço!!!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-84143240918229872032009-01-19T14:55:00.000-08:002009-01-19T15:27:29.416-08:00Yes, they can<div align="justify">Finalmente chega ao fim a desastrosa administração de George W. Bush. O mundo pode voltar a sonhar com paz. Ouvi falar hoje que após as guerras preventivas de Bush, os EUA não foram mais atacados em seu próprio país. Mas então me perguntei: os EUA já foram atacados em seu território antes do 11/09 (esse já na gestão Bush...)? Um governo que abriu mão da geração de empregos e estímulo da economia para gerar guerras ao redor do mundo e semear o ódio pelo ocidente não poderia ter outra avaliação senão a pior da história daquele país. Um presidente que chegou ao poder de maneira questionável e baseado no medo ganhou mais 4 anos para aterrorizar aqueles que não se posicionavam como "aliados". É evidente que não faria um sucessor, aliás, é evidente que um candidato de seu partido não gostaria de ter um cabo eleitoral desse tipo em seu palanque. Então, os americanos, à maneira deles (não podemos exigir demais...) decidiram dar um basta no conservadorismo. É assim que Barack Obama chega ao poder, como o portador da esperança. Guardadas as devidas proporções, a eleição de Obama tem similaridade com a eleição de Lula em 2002 (lá, a esperança venceu o medo com 6 anos de atraso em relação ao Brasil...). O povo americano quer alguém que volte os olhos para os EUA ao invés de tentar resolver os problemas do mundo. Diga-se de passagem, os problemas não foram resolvidos nesses 8 anos... a suposta tentativa de levar a democracia ao oriente resulta em permanente estado de alerta no Iraque, com a possibilidade constante de ataques contra o "força de libertação" norte-americana. Enquanto isso, em seu próprio país, cada vez mais leis são aprovadas no sentido de dizimar as liberdades individuais, valor tão estimado pelo povo americano. Quem prometeu a cabeça de Bin Laden, teve que se contentar em dar a cabeça de Saddan Hussein, o mesmo que adquiriu armamento de guerra anos atrás, com o apoio do então presidente Bush "pai". Nesses últimos 8 anos, passei a considerar George W. Bush o terrorista mais perigoso do mundo, por 2 razões: ele espalha o terror pelo mundo, tem o maior arsenal da Terra a seu dispor e o pior, não é procurado pelas polícias mundiais! De resto, quero sugerir um alvo aos "terroristas": da próxima vez, destruam a Estátua da Liberdade, pois com certeza o número de civis mortos será menor e a eficácia do ato será incomensurável, já que George W. Bush acabou com as liberdades do cidadão americano. E que Obama possa dar um jeito nos EUA sem para isso sugar as economias periféricas, como já aconteceu em décadas anteriores. É esperar e torcer pra que dê tudo certo...</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-4249451197356496992009-01-09T14:57:00.000-08:002009-01-11T05:30:44.080-08:00Carta de intenções<div align="justify">De: pais santistas<br />Para: seus respectivos filhos<br /><br />Filho, o motivo que me leva a essa conversa não me agrada, mas é inevitável. Preferia não ter que falar nada, mas entendo sua indecisão. Poderia ter, desde seu nascimento, buscado influenciá-lo e registrar todo esse processo, para intimidá-lo, mas não o fiz. Não seria correto, pois não fizeram isso comigo. Essas coisas têm de acontecer de maneira natural, mas antes preciso te dizer algumas coisas. Como um jornalista disse certa vez, "o pai que não faz time do filho é, de certa forma, um fracassado" (em tempo: o jornalista se chama Flavio Gomes, é torcedor da Portuguesa, assim como seus 2 filhos). Não sei se o que tenho a te oferecer é satisfatório, mas ainda assim vou tentar. O Santos não ganha títulos todo ano, não é "imortal", não tem a maior torcida do país, não é "um bando de loucos", não é "campeão de tudo", nem mesmo é da cidade onde você mora...mas, em quase um século de existência até agora, ainda conseguimos ostentar algumas exclusividades: somos o maior campeão nacional, o primeiro brasileiro a conquistar o mundo, o melhor clube das Américas no século XX (estes 2 últimos ninguém nos tirará). Não ganhamos sempre, mas quando ganhamos...ah, como saboreamos nossos títulos, valorizamos cada um de verdade. Eu mesmo esperei 18 anos pelo primeiro e não hesitaria em esperar o dobro disso novamente. Nossa camisa representa a essência do futebol brasileiro, somos capazes de perder partidas e finais, mas ainda assim encher os olhos com a mais bela nostalgia de quem as vê. Não somos loucos nem torcedores doentes, porque loucura e doença é não torcer por esse time de tantas glórias. Não somos imortais porque nunca passamos pelo desgosto de sermos rebaixados, outro fato que poucos clubes "grandes" (eita palavrinha banalizada no futebol...) podem ostentar no Brasil. Sim, nossa casa é modesta, mas é um templo do futebol, palco de espetáculos memoráveis. Não somos campeões de tudo, mas tudo aquilo de que somos campeões foi merecido e desfrutado. Estamos longe de ser o melhor time do mundo, mas tivemos o melhor do mundo em nosso time, e isso não mudará jamais, é eterno, assim como aquele número 10 às costas de uma camisa branca sem patrocínios com o nosso distintivo à frente. Por fim, filho, tento minha última cartada: sabe aqueles tipos de histórias fantásticas que os avôs costumam contar aos netos, aquelas que parecem contos de fadas, com reis, princesas e bruxas? Pois então, meu filho, só posso te assegurar que todas as histórias fantásticas que você ouvir durante sua vida sobre o Santos Futebol Clube são verdadeiras. quando você estiver escutando e tentar imaginar em sua mente, por mais absurdo que algo possa parecer, realmente aconteceu...O Santos ajuda a escrever a história da humanidade (até guerra já parou), espero que você possa ajudar a escrever a história do nosso Peixe.</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-50896146543723724252008-12-30T15:10:00.000-08:002008-12-30T15:27:32.859-08:00O filme do ano"Batman - o cavaleiro das trevas" é uma das mais recentes provas de que o cinema (inclusive o cinema americano, tão habituado a emplacar sucessos nas telas brasileiras) pode provocar inquietações e suscitar questões que estimulem o pensamento. Sim, nesse novo "Batman" ainda estão os carrões, as gostosas, as piadas-clichê e os efeitos especiais que arrancam suspiros. Mas salta aos olhos do espectador a perturbação que seus personagens transbordam pela tela. Quem é mesmo o vilão da história? E o mocinho, é mesmo tão herói quanto aparenta? O interesse individual pode, em algum momento, se sobrepor ao interesse coletivo em uma sociedade "justa"? Os fins justificam os meios? Em meio a tantas perguntas sem resposta, questões que nem uma vida inteira pode responder de maneira incontestável, o personagem do promotor Harvey Dent simboliza a dualidade pela qual vários personagens passam no filme. Batman rastreando todos os celulares da cidade para encontrar o Coringa, no melhor estilo George W. Bush; um criminoso da pior espécie toma uma atitude que os "homens de bem" não foram capazes e joga o detonador de uma bomba pela janela da barca, enquanto os "cidadãos" exemplares em outra barca exigem o acionamento do detonador; policiais a serviço do crime e um "vilão" que queima o dinheiro sujo obtido pela máfia. No olho do furacão, uma mente brilhante e doentia instaura o caos na cidade, ou apresenta idéias libertárias? Difícil tirar conclusões nesse filme, certo mesmo é que o Batman realmente não é um herói nem o Coringa um vilão, ambos são um espelho que refletem não valores como justiça e violência, mas sim atitudes politicamente incorretas, porém eficazes. Eles demonstram, assim como o Duas Caras, como a linha que separa o bem e o mal é estreita. Se equilibrar nessa linha é a justiça, algo muito difícil de conseguir. Como dito no filme, as pessoas poderosas ou vivem pouco e morrem como heróis ou vivem muito até se tornarem vilãos. "O cavaleiro das trevas" retoma uma característica imprescindível aos meios de comunicação, os questionamentos, sem para isso abrir mão do entretenimento, e por essa razão o considero o melhor filme do ano.Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-61838311517285852822008-11-17T15:15:00.000-08:002008-11-17T16:07:31.876-08:00Injustiças do futebol (ou a torcida que não merece o time que tem)<div align="justify">Desta vez não quero falar do meu Santos. O momento me priva de demonstrar com a devida intensidade todo a prazer e orgulho que torcer pelo peixe me proporciona. Não sou daquele tipo de torcedor que vai sempre ao estádio. Isso tem suas vantagens e desvantagens. Por exemplo, por ir pouco, posso me gabar de estar "invicto" quando vou aos estádios. Por outro lado, sinto falta das emoções que só uma arquibancada insandecida pode oferecer. Tenho muita consideração por torcedores que têm a chance de acompanhar o time do coração na maioria dos jogos da temporada. E não me refiro à torcida organizada, mas ao torcedor comum, o verdadeiro torcedor, aquele que está com o time na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Principalmente, na tristeza. Costumo dizer que é fácil ser santista quando vencemos um clássico, ou quando conseguimos um título. Difícil é quando o time passa por momentos complicados. Deve ser meio bizarro, mas eu mesmo só uso camisas do meu peixe quando o time perdeu no dia anterior, ou antes da partida, justamente pelo que acabei de falar. Torcedor oportunista é que nem político em época de campanha: só aparece na hora "H". No Brasil, há torcidas fantásticas, que realmente empurram o time, mas o time nem sempre está à altura da paixão do torcedor. Um caso clássico, na minha opinião, é do Atlético-MG, que tem uma das torcidas mais apaixonadas do Brasil, mas vê, em pleno centenário do clube, um time que não ganhou nada, nem mesmo chegou à disputa de finais. Quero citar apenas mais 2 torcidas: as maiores do país, Flamengo e Corinthians. Sem dúvidas, 2 torcidas que amam seus clubes. A primeira é capaz de transformar um gigantesco Maracanã em um caldeirão digno dos estádios mais acanhados; a segunda, acompanha o time sempre, nos piores ou melhores momentos. Mas os times talvez não correspondam a toda essa "devoção". O Flamengo patina no BR-08 e vive de títulos estaduais há algum tempo; o Corinthians, rebaixado em 2007, disputou a segunda divisão em 2008. Poderia continuar aqui citando exemplos. Mas existe uma torcida que não merece o time que tem. Veja só: o time é frequentemente citado como o mais organizado do país, possui o maior estádio privado do Brasil, tem média de 1 título por ano nas últimas temporadas, monta sempre times no mínimo competitivos, tem, disparado, o melhor técnico do país, uma diretoria competente, e não é costume ter presidentes que se acham o dono do clube. Apesar de tudo isso, a média de público desse time em seus 16 primeiros jogos do BR-08 foi de 12 mil, mas foi superior a 55 mil nas 2 últimas partidas, agora que o time assumiu a liderança do campeonato, há 5 rodadas do final. Curioso que o mesmo ocorreu em anos anteriores. E de 2 semanas pra cá, fui inundado com e-mais de torcedores desse time exaltando sua equipe. Sem contar o evidente aumento de circulação de camisas desse clube pelas ruas de SP. É uma pena pra esse time (não para eu, que já me acostumei com isso) que, entre tantas qualidades, não consiga fidelizar seu torcedor, não consiga tornar a terceira maior torcida do país um pouco mais companheira, pois os momentos de tristeza um dia chegarão, esses chegam para todos...</div><div align="justify">O futebol é realmente injusto...ainda bem! Pois se não fosse assim, não seria o maior esporte do mundo, o mais apaixonante, o mais idolatrado e inexplicável. Sem a imprevisibilidade, o futebol seria mais um esporte comum, e é essa sua insistência em rejeitar os obviedades que o torna tão atraente. É por isso que umas torcidas têm mais alegrias que tristezas, mesmo muitas vezes não sendo tão merecedoras delas... Pode ser apenas inveja de minha parte, mas pode ser também uma constatação. Parabéns pelo hexa, agora só faltam 2 para igualar o octa do nosso alvinegro praiano.</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-6959457035367217092008-11-03T15:25:00.000-08:002008-11-03T15:50:27.588-08:00Surge um herói no esporte<div align="justify">O GP do Brasil de F1 de 2008 já entrou para a história. Uma das corridas mais emocionantes dos últimos tempos, não contente em decidir o campeão da temporada, o fez nos últimos metros, com uma emoção digna de uma partida de futebol. Felipe Massa, desde os treinos livres, demonstrou sua superioridade em Interlagos, e na corrida liderou o tempo intiero, fazendo a sua parte e vencendo a prova. Restava então torcer, como fizeram os milhões de brasileiros pelo país. E o Brasil acreditou que era possível. E Massa acreditou que era possível. E o país torceu como há tempos não fazia. Mas o destino foi caprichoso e, a 2 voltas do fim, colocou na boca dos brasileiros o gosto de ter um campeão mundial novamente. Mas, a 2 curvas do final, recolocou o título nas mãos do inglês Lewis Hamilton. Um brasileiro venceu no Brasil, mas o sentimento era de derrota. Difícil compreender esses momentos, onde a vitória parece não ser suficiente. Mas o que se viu vai além de um título mundial ou de uma vitória. Pois quando se percebe toda a dedicação e, principalmente, o orgulho de representar o seu país, estamos diante de um herói do esporte. E o Brasil é muito carente de ídolos em esportes individuais. Talvez o último grande nome tenha sido Guga, no tênis. Mas Felipe Massa agora entra para esse time. Mostrou competência, serenidade, vontade, solidariedade e ousadia quando necessário. Brilhou tanto quanto o campeão. Nos mostrou a dignidade e a beleza que um vice-campeonato pode ter. E nos encheu de esperanças de ver o Brasil novamente com um campeão mundial na F1 nos próximos anos. Por ora, um orgulhoso segundo lugar. E um novo herói esportivo. Parabéns, Felipe Massa!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-7267335203137868082008-10-31T16:35:00.000-07:002008-10-31T17:01:11.997-07:00Bem-vindo de volta!<div align="justify">2002 foi um ano inesquecível para o futebol brasileiro. A seleção foi à Copa desacreditada e voltou como pentacampeã mundial. A confiança do torcedor estava reestabelecida. O Brasil foi campeão, retomou a hegemonia no futebol, mas ainda assim faltava o talento e a magia que se espera sempre do futebol brasileiro. E então teve início o campeonato brasileiro. Ao fim de 2002, o país teve uma grata surpresa: o futebol-arte estava de volta. Com um bando de moleques aparentemente despreocupados, o Santos foi de candidato ao rebaixamento a heptacampeão nacional. E o melhor: encantando o torcedor com um futebol tipicamente brasileiro. Muitos lembram-se das 8 pedaladas de Robinho na final do campeonato contra o Corinthians, mas acreditem: a maior exibição de futebol-arte da última década ocorreu 2 semanas antes, no dia 01 de dezembro de 2002. Pelas semifinais, o Santos enfrentava o Grêmio na Vila Belmiro. A partida terminou 3 a 0 para o Santos, mas o resultado era irrelevante diante do que se viu: uma aula de futebol-arte (não que essas coisas possam ser ensinadas), um espetáculo digno dos anos 60, quando o mesmo Santos encantou o mundo e parou guerras. Ao assistir a essa partida, enfim entendi porque o Brasil é o país do futebol. Não, não é porque somos os maiores campeões em copas do mundo, nem porque sempre tivemos equipes competitivas ou fomos a todas as copas. É porque, ao contrário do mundo, onde a busca pelo resultado é a prioridade, aqui a prioridade é o futebol-arte, jogar bonito é obrigação, e então como consequência os resultados aparecem. O Santos, que junto com o Botafogo foi o guardião do futebol-arte nos anos 60, o resgatou em 2002. Novamente um time todo de branco liderado em campo por um garoto negro encantava o mundo, novamente esse time mostrava que é possível sorrir no futebol, até mesmo para um técnico com fama de mal-humorado. O futebol-arte voltou! Para os mais velhos, foi a chance de reviver e se emocionar de novo com uma fagulha daquilo que era abundante nos nos 60. Para os mais jovens que, como eu, não viveram aquela época, foi a chance de ver ao menos 5% do que já foi o futebol brasileiro. E assim entender porque somos o país do futebol.</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-19979406915049752932008-10-31T15:40:00.000-07:002008-10-31T16:35:06.770-07:00Ressuscitando mortos<div align="justify">Terminadas as eleições municipais de 2008, ficam postas as cartas na mesa para a corrida presidencial de 2010. O PMDB mostrou mais uma vez porque é tão importante no cenário político, apesar de há algum tempo não concorrer à presidência com candidatura própria. Obteve o maior número de prefeituras e importantes capitais, como Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Com isso mais uma vez estará em condição privilegiada para negociar seu apoio nas eleições de 2010. Será cobiçado por todos e assim tará vantagens pós-eleições. O PMDB talvez seja um retrato fiel do Brasil: tão grande, mas insiste em se apequenar, em sair da linha de frente, em não se posicionar. Foi picado pela "mosca azul do poder" e é um dependente crônico agora. Fará a aliança que apresentar maior possibilidade de vitória. O PSDB não apresentou crescimento significativo, mas deu passos importantes rumo à 2010. José Serra mostrou muita força interna ao bancar a candidatura de Kassab, mesmo com Alckmin no páreo. E se deu bem. Enquanto isso, Aécio Neves conseguiu uma improvável aliança entre PT e PSDB, conseguindo eleger um candidato do PSB no segundo turno em Belo Horizonte. Serra sai mais fortalecido, mas Aécio tem a seu favor o fato de não poder mais se reeleger ao governo de MG, enquanto Serra pode tentar a reeleição em SP. Falam de uma chapa com Serra presidente e Aécio de vice, o que acho improvável. Mas Aécio terá de usar toda sua habilidade conciliatória para convencer seu partido. O PT manteve um crescimento, mas o sentimento é de derrota no gral, principalmente por causa de Porto Alegre e São Paulo.Lula não conseguiu transformar sua popularidade em votos aos candidatos petistas. Agora o partido que tinha tudo para ser "extinto" nessas eleições, ressurgiu das cinzas simplesmente com a prefeitura da maior cidade do país: São Paulo. O DEM não obteve nenhuma outra capital e não possui nenhuma liderança nacional. Mas com o apoio de Serra, um programa eleitoral extremamente eficaz, uma rejeição inexplicável da adversária marta Suplicy, produziu-se uma nova liderança do DEM: Gilberto Kassab. O marketing político conseguiu transformar um quase anônimo em um político competente, que "resolve" os problemas da cidade. Junte-se a isso a vocação conservadora e o sentimento "anti-PT" de São Paulo. Pronto, o partido da direita que respirava por aparelhos tem uma súbita melhora e volta a ter força no cenário político. No Rio de Janeiro, outro marketeiro conseguiu produzir um político do nada, a assim Eduardo Paes é eleito prefeito. Mas a maior lição veio de seu opositor, Fernando Gabeira, do PV. Gabeira mostrou que é possível sim fazer política de outra forma. Com uma honestidade e sinceridade incomuns aos políticos, Gabeira foi ao segundo turno e por muito pouco não se elegeu. Com certeza a abstenção recorde de 24% na capital carioca foi determinate para sua derrota. Derrotado nas urnas, mas vitorioso como político, um exemplo a ser seguido de respeito ao eleitor e vontade de melhorar a vida dos cidadãos.</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-46505971500242540502008-10-26T08:19:00.000-07:002008-10-26T08:37:45.637-07:00O tempo (inspirado por um comercial de TV)3 segundos é pouco quando se faz aquilo que gosta? 3 segundos é muito para um piloto de F1? Falar por 5 minutos é muito? Escutar sua música preferida por 5 minutos é pouco? 15 minutos parece pouco quando seu time vai perdendo a decisão de um campeonato? 15 minutos parecem uma eternidade quando seu time está prestes a se sagrar campeão? 2 horas parecem menos quando se assiste a um bom filme no cinema? 2 horas parecem não ter fim quando se assiste a uma "palestra motivacional" no seu trabalho? 6 horas de sol forte na praia ainda é pouco? 6 horas de chuva torrencial é muito? 1 semana sem ter de olhar para o seu chefe é pouco? 1 semana sem ver a pessoa amada é muito? 1 mês de férias é pouco? 1 mês trabalhando sem parar todos os dias é muito? A 6 meses do fim da faculdade, e com um TCC a ser feito, parece pouco tempo? Ao terminar o primeiro semestre da faculdade, parece que ainda falta muita coisa? Ver seu time ganhar 3 títulos em 1 só ano ainda é pouco? Ver seu time passar 3 anos sem ganhar 1 título sequer parece muito? Uma vida inteira ao lado de quem se ama ainda é pouco? Passar uma vida inteira à procura de alguém é muito? Ah, o tempo...sujeitinho tão temperamental, esse tempo. Ora faz as vezes de carrasco implacável e insensível, ora se mostra o ombro amigo que consola e faz esquecer as tristezas da vida. Dizem que só ele para dar jeito em certas coisas. Mas é ele também quem desgasta relações e as faz ruir. O tempo não perdoa a ninguém, e ainda insiste em nos jogar na cara suas marcas quando nos olhamos no espelho. Pode ser aguardado, desejado, indesejável, inoportuno. Mas ele não se curva a melindres ou favorecimentos. Ele se faz presente, passado e futuro. À todos. O tempo é justo. E por isso talvez seja tão questionado e incompreendido. Inclusive por mim.Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-27760468485882492842008-10-15T16:18:00.000-07:002008-10-15T16:27:12.687-07:00Perdendo tempo<div align="justify">Observo a cidade da janela do quarto. Suas luzes, seus ruídos, suas trilhas sonoras, seus comportamentos. Aprisionado às algemas da preguiça, vejo a vida passar à minha volta sem esboçar reação. Penso em inúmeras possibilidades e, calmamente, as vou descartando. Pensar, pensar...sou consumido pela reflexões que me levam a nada fazer. Quantas vezes disse não, querendo dizer sim? Quantas vezes ME disse não, receoso de escutar outro não? A vida é cheia de surpresas, que podemos evitar em troca de um tentador comodismo. Uma simples reflexão pode por tudo a perder. Em certas ocasiões e circunstâncias, pensar demais é um problema. Pensar demais nos traz problemas. Pensar demais nos tira a chance de viver, ou pelo menos de tentar. Mas também às vezes é inevitável não pensar bastante. Nesse caso, torço para que o otimismo de outrora volte a me visitar e me estimule a continuar. Melhor parar por aqui, pois começo a pensar demais e posso desviar a intenção inicial desse texto...Definitivamente, vale à pena pensar menos e agir um pouco mais (um dia ainda chego lá...).</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-66449350630107010292008-10-15T15:58:00.000-07:002008-10-15T16:18:44.981-07:00Festa democrática?<div align="justify">A cada 2 anos, é comum ouvirmos nos noticiários frases como "hoje houve mais uma festa da democracia brasileira" ou "o país consolida a cada eleição a democracia". Pois aguardo ansiosamente essa consolidação efetiva da democracia brasileira, que só se INICIARÁ quando tornarmos o voto efetivamente um direito dos cidadãos, ao invés de dever que há tempos o caracteriza. Direito a voto só os jovens de 16 e 17 anos ou os maiores de 70 anos possuem no Brasil. E é normal ouvir por aí que "conquistamos o direito de votar". Ora, no máximo "conquistamos" o dever de votar! Afinal, não sofremos penalizações quando não exercemos nossos direitos, quando abrimos mão deles por alguma razão. Já em relação ao voto, se não cumprimos com essa obrigação, pagamos até multa e ficamos impedidos de algumas atividades, como participar de concursos públicos. A cada eleição, o povo brasileiro vem demonstrando mais maturidade e responsabilidade na hora de votar. É hora de darmos esse significativo passo que é a transformação do voto em direito. Com isso, acredito que até a política possa elevar o seu nível, pois ao invés de campanhas que tentem convencer o eleitor que o candidato A é menos pior que o candidato B, passaríamos a ter candidatos empenhados inicialmente em convencer o eleitor que o voto é importante, ou seja, traria para o debate político a importância do voto, que por sua vez, despertaria o interesse pela coisa pública, pela busca de benefícios à sociedade. Entendo que representaria um salto de qualidade no debate político, ao mesmo tempo que significaria uma inclusão qualitativa da sociedade nessa troca de idéias em benefício da maioria. Já se foi o tempo em que era necessária uma "legitimidade forçada" para referendar governos de práticas duvidosas. A democracia brasileira merece uma festa onde os eleitores sejam convidados, e não convocados!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-50467657011055865212008-10-15T15:22:00.000-07:002008-10-15T15:58:08.195-07:00Cegueira reveladora<div align="justify">Baseado no livro de Jose Saramago, o filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, é daqueles filmes difíceis de se ficar indiferente. Há quem goste e quem odeie. Apesar de o considerar demasiado fiel à obra literária, ao mesmo tempo em que ameniza situações-limite contidas no livro, considero o filme um dos melhores do ano. A história funciona como uma paródia da realidade: pessoas que não enxergam nada, despreparo dos governantes para lidar com os problemas, indivíduos que buscam em todas as ocasiões levar alguma vantagem e um medo irracional diante daquilo que não se conhece. E no meio desse turbilhão todo, um ser humado sensível aos problemas alheios é "testado" à exaustão. O "ensaio sobre a cegueira" é também um ensaio sobre a solidariedade. A "mulher do médico" é um exemplo de perseverança, de amor primeiro ao seu companheiro, depois aos seus colegas e, na medida do possível, de sensibilidade à extinção gradativa dos traços de humanidade que acompanhamos durante o filme. Seu papel é tão sublime quanto ingrato; tão importante qaunto angustiante; tão esperançoso quanto assustador. É como se "alguém" a tivesse deixado com a visão para que registrasse a desgraça na qual a humanidade pode se meter sem maiores esforços. A mulher do médico é ao mesmo tempo o fio de esperança da humanidade e a retina que apenas testemunha o seu fim. E nesse ponto se encontra a relevância do filme. Podemos enxergar o que está acontecendo à nossa volta, cabe então fazer algo a respeito, não se omitir. Como diz a epígrafe do livro: "se podes olhar, vê. Se poder ver, repara.". Ou ainda uma música do Los Hermanos "é preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê". Sonhar é possível, sonhar é preciso. Ir além do que se vê também.</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1950635841509056193.post-6894785465384396392008-10-13T16:18:00.000-07:002008-10-15T15:58:52.676-07:00Recordar é viver (ainda mais para um santista...)<div align="justify">Era um 25 de março que prometia...o ano era 2006. Saímos de casa, eu e um vizinho, para ir ao Pacaembu assitir a Juventus x Santos, a quatro rodadas do fim do Paulistão-06. Chegando lá às 14h00 (o jogo começava às 18h10), a notícia bombástica: não havia mais ingressos nas bilheterias. A primeira coisa que pensei foi "Pqp, não vou conseguir ver esse jogo!". Então meu vizinho decidiu: "vamos comprar de cambista mesmo!". Meia hora depois (e 90 reais a menos na carteira), estávamos dentro do estádio aguardando a partida. O jogo era essencial, pois o Santos tinha 4 pontos de vantagem para o segundo colocado, que era o São Paulo, e ainda faltava o confronto direto, no estádio delas. Era importante manter essa vantagem. Faltando 1 hora para o jogo, o céu desabou sobre nossas cabeças. A torcida inflamada pelo pé d'água gritava sem parar "Santos! Santos! Santos!", como que se implorasse para que o time viesse a campo e começasse logo a partida, mas não teve jeito. Com a bola rolando, o Juventus abre o placar por volta dos 15 minutos. O Santos jogava mal, e parecia que as coisas não dariam certo naquele chuvoso sábado de 2006. Foi então que por volta de 35 minutos do primeiro tempo ainda, em uma cobrança de falta, o alvinegro praiano empatou. A torcida foi ao delírio, pulos e abraços descontrolados. Mas ainda era pouco, faltava um gol. E ele não vinha. A esperança era consumida pouco a pouco pela apreensão. A chuva nem fazia mais efeito agora, a preocupação era tamanha que só aquele retângulo verde lá embaixo importava. Já estava desanimado, fazendo contas para as próximas rodadas na tentativa de manter o otimismo. Foi então que aos 37 minutos do segundo tempo, em um cruzamento despretencioso, o atacante Reinaldo meteu a cabeça na bola e mandou pra rede. Parecia um sonho, custei a acreditar! Nem o jogador mesmo parecia crer no que fez, e saiu chorando na comemoração. Sim! Ele chorou naquele dia, como os mais de 35 mil santistas presentes naquele estádio sob forte chuva. A torcida não se conteve e gritava "é campeão! é campeão! é campeão!". Duas semanas depois, a "profecia" da torcida se confirmaria e, após 22 anos, pude enfim comemorar meu primeiro campeonato paulista. Primeiro sim, mas inesquecível. Principalmente por causa daquele 25 de março de 2006, o dia em que entendi finalmente a diferença entre ver um jogo pela televisão e assistir a uma partida dentro de um estádio de futebol. Ah, e futebol debaixo de chuva é muito mais emocionante para a torcida!</div>Fadulhttp://www.blogger.com/profile/02434938315912301888noreply@blogger.com4