quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

As desventuras amorosas de Antonio Daniel - Capítulo 1: Introdução seguida de O Onibus

Antonio Daniel é um rapaz normal. Ainda mora com os pais por acomodação, mas jura que é para estar por perto. Tem um emprego relativamente estável, é formado, não tem muitos amigos é verdade (Antonio Daniel nunca foi muito comunicativo), mas tem muitos sonhos. Antonio Daniel é um rapaz normal? Ele sonha com o fim da desigualdade, o estabelecimento da justiça no mundo, mas ultimamente seu grande ideal de vida perfeita é bastante pessoal: morar em uma cidade pequena não muito longe de São Paulo (embora lhe custe cada vez mais admitir, Antonio Daniel não se vê longe do caos urbano de sua cidade natal...), com um FORD ECOSPORT na garagem (ninguém entende porque Antonio Daniel cismou com esse carro!), uma varanda espaçosa, uma mulher apaixonada (Antonio Daniel desistiu da mulher de sua vida recentemente, história para outro capítulo...), seus melhores amigos, um copo de cerveja na mão de cada um, observando o movimento da rua e pensando na vida. Definitivamente, Antonio Daniel não é um cara normal! Antonio Daniel acredita no amor verdadeiro, na cordialidade, no romance, no olhar, em paixão à primeira vista, até nas pessoas Antonio Daniel acredita! Ele nasceu na época errada, tivesse vivenciado os anos 60 e já teria realizado seus sonhos (exceto o ECOSPORT na garagem, por motivos óbvios...).
Outro dia, Antonio Daniel pegou o ônibus a caminho do trabalho e viu uma garota linda, paralisante. Ela também o olhou por alguns segundos, que bem poderiam durar uma eternidade. Antonio Daniel passaria o dia somente contemplando tanta beleza (Antonio Daniel não costuma falar as coisas da boca pra fora, ele realmente poderia passar o dia somente a observando e a admirando). Ao passar a catraca, ele pensou se ia para a porta ou se ficava no corredor ao lado da cadeira daquela garota. Miraculosamente, desta vez decidiu tentar a sorte no corredor e torcer para que a moça pedisse para levar sua mochila e o rapaz ao lado dela se levante logo (estranha essa atitude, já que Antonio Daniel costuma sempre ceder o lugar a outras pessoas no ônibus, não costuma se sentar, ele acha que tem sempre alguém mais cansado que ele...). Já se passaram 2 pontos e a moça não lhe dirigiu a palavra. Também pudera, Antonio Daniel nunca tira aquele fone do ouvido, sempre escutando alguma música ou notícias do trânsito (Antonio Daniel nem pega trânsito a caminho do trabalho, vai entender...)! Antonio Daniel sempre toma o cuidado de observar discretamente as mãos das garotas, para identificar se são casadas ou tem namorado (mulheres comprometidas já tiraram o sono de Antonio Daniel, história para outro capítulo...), esta aparentava ser livre.
Antonio Daniel gosta de imaginar como seriam as coisas caso ele não fosse tímido, como seria o diálogo, um primeiro encontro, se ela gosta das mesmas coisas que ele, e Antonio Daniel sempre torce para que ela desça no mesmo ponto que ele, assim quem sabe os dois não conversem alguma coisa e iniciem um contato (por mais que Antonio Daniel nunca tenha iniciado uma conversa com alguma garota que tenha descido no mesmo ponto que ele...). Chega o ponto de Antonio Daniel, a garota não levou sua mochila, ele dá uma última olhada nela e mentalmente a deseja um bom dia e bom trabalho antes de se virar para a porta, ela não o olha mais. Antonio Daniel segue procurando alguma garota mais corajosa que ele para iniciar um diálogo, mas por ora tem que trabalhar...

* Os personagens aqui retratados são estritamente ficcionais. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência e prova irrefutável que todos podemos nos apaixonar em um ônibus ou mesmo sonhar com uma vida menos ordinária...

Um comentário:

Dodaro disse...

Boa, vou ser o primeiro a comentar. Complicado comentar por aqui, sendo que de maneira simultânea estou comentando com você ao vivo.
Bom, você já sabe o que eu acho.

Abraços.