domingo, 26 de abril de 2009

"só hoje..."

Só hoje o futebol poderia ser um esporte justo... só hoje o time que joga melhor poderia vencer... só hoje o time que pressiona o adversário o tempo inteiro poderia traduzir isso em gols... só hoje um certo camisa 9 poderia aprender a não estar em impedimento em TODOS os lances do jogo... não! A graça do futebol está exatamente na injustiça, na sorte e no acaso. Desta forma, o Santos perdeu a primeira partida da decisão pro Corinthians por 1 x 3. Ainda restam 90 minutos no Pacaembu, e justamente por se tratar do injusto futebol, o Peixe ainda pode ser campeão paulista 2009. Chegou a hora de mostrar que o "SANTOS É O TIME DA VIRADA, SANTOS É O TIME DO AMOR". Eu torço pra que consigamos esse feito, pois o time merece pelo que vem jogando. Basta não pecar tanto nas finalizações e torcer pra que um certo fenômeno não desequilibre novamente. Amanhã é dia de botar a camisa e encher o peito de orgulho, perdemos o jogo de pé, jogando bem e criando chances. Os verdadeiros torcedores sabem disso: é nas derrotas que percebemos quem está com o time e quem só comemora os títulos. Eu pessoalmente me encontro no primeiro grupo, acho que os 18 anos de jejum de títulos me fizeram lidar melhor com essas situações. Vergonha? Vergonha teria se o time não se esforçasse em campo, o que não é o caso. Domingo que vem é dia de mais injustiça, e um alvinegro fará a festa em SP. Se for o Santos, maravilha, se for o Corinthians, parabéns e bola pra frente.
Santos, sempre Santos

terça-feira, 21 de abril de 2009

Futebol em branco e preto - a final do paulistinha 2009

Ufa! Enfim chegamos. Superando expectativas inclusive de seus próprios torcedores, o Santos, na semana em que completou 97 anos de glórias e futebol-arte, se credenciou à disputa de mais uma final. O adversário será o Corinthians, o outro alvinegro do estado. Jogando um futebol vistoso, aguerrido, determinado e irresistível, o peixe atropelou o Palmeiras nos 2 jogos da semifinal. Se na primeira partida tivemos o melhor jogo do campeonato, com incontáveis chances de gol para os dois lados, na segunda partida foi o "jogo de um time só". Ouvindo a partida pela radio Bandeirantes, perguntaram ao comentarista antes do jogo se o Santos iria para cima do Palmeiras. Veja a resposta: "- não deveria ir, mas irá com certeza, porque está no DNA do Santos...". Depois disso, é difícil acrescentar mais alguma coisa. É da natureza desse time buscar sempre a vitória, jogar de maneira ofensiva, não se intimidar jamais. Foi o que fizemos. Sem utopismo (será?!), foi a primeira vez que vi um time jogando um clássico fora de casa, sem a necessidade da vitória para se classificar, de maneira tão ofensiva, sufocando o adversário em seus próprios domínios. Foi demais! Mas ainda não acabou...restam 2 partidas para os famosos "deuses do futebol" voltarem a sorrir por estas bandas. No Brasil, funciona assim: lembra-se sempre do campeão. Por isso, aguardo ansioso pelo título que consagrará o que todo santista já percebeu: esse Santos é mais um time diferenciado, daqueles que ficam marcados na história do maior clube do Brasil. O pequeno Madson é incansável, no ataque e na defesa, na velocidade e na habilidade; Paulo Henrique Ganso não se esconde do jogo, erra porque arrisca e quando acerta...arranca suspiros da torcida incrédula; Neymar cresceu na hora decisiva e foi determinante na semifinal, agora é a hora de se posicionar ao lado de Pelé e Robinho, jogando bem contra a vítima favorita destes grandes ídolos santistas. Como aconteceu com a última geração reconhecida pela imprensa, a de 2002, novamente a final será contra o Corinthians. Será que teremos pedaladas novamente? Quem sabe... o que sei é que serão 2 jogos eletrizantes. Felizmente, após muito tempo, o Santos poderá jogar uma final em sua casa, a Vila Belmiro, alçapão que faz muita diferença. O segundo jogo será no Pacaembu, a nossa "casa" na capital, estádio que já viu uma das maiores apresentações do Santos, naquele inesquecível 10/12/1995 (Santos 5 x 2 Fluminense - semifinal do campeonato brasileiro 1995). É inevitável e quase impossível conter a euforia diante das circunstâncias, mas seguiremos como azarões, correndo por fora até os 45 do segundo tempo, quando já sem condições de evitar o inevitável, a voz dos 10% de santistas presentes no Pacaembu no dia 03/05/2009 se fazer mais forte que toda a imprensa esportiva, e ecoar por todos os lugares um só grito: VAI PRA CIMA DELES, SANTOS!!!

domingo, 5 de abril de 2009

Mas será possível?

Retomando os estudos agora em 2009, me surgiu a questão durante uma aula: seria possível uma democracia no real sentido do termo, ou seja, que remeta à ideia original formulada pelos gregos? Convenhamos, o conceito de democracia foi banalizado a tal ponto que atualmente nos contentamos com eleições periódicas e o suposto "direito" de votar. Posso até imaginar os filósofos gregos e, especialmente, Rousseau (para quem "a soberania e inalienável") se remoendo em seus túmulos ao ouvirem após os pleitos que a democracia se consolidou em determinado país...
É evidente que não vislumbro a população de cada capital dos estados brasileiros, por exemplo, se reunindo em praças públicas para deliberar sobre as demandas do país. Mas, por outro lado, isso aqui é o "utopias juvenis", deve haver uma possibilidade. Vejamos: entendo que a democracia "antiga" (o governo do povo) pressupõe automaticamente a participação ativa da sociedade, enquanto que atualmente obtemos a duras penas um governo "representativo" (representativo de quem? assunto para outro post, talvez...). Acredito ser possível darmos um passo além da representatividade e flertar com a democracia, pelo menos. As praças públicas descartadas, miremos então a tecnologia: por que não se utilizar dos caixas eletrônicos dos bancos para que a população possa votar as leis e mudanças propostas, ainda a princípio, pelos parlamentares? (sim, a inclusão bancária no Brasil é bastante reduzida, mas só pra citar um exemplo, se considerarmos o número de pessoas que possuem o "cartão do cidadão" da Caixa Econômica Federal ou que recebem algum benefício social através de cartão magnético, como é o caso do "bolsa família", esse número aumenta consideravelmente). Para que algo fosse aprovado, deveria haver ao menos participação de 50% da população, observando sempre que a aprovação estaria condicionada à maioria simples dos votantes (50% + 1). A ideia não passa de um rascunho mal formulado, do qual depende indispensavelmente uma reformulação radical no sistema educacional brasileiro (assunto para outro post...), coisa para se implantar daqui a algumas décadas, quando a população estiver mais habituada ao uso de máquinas e, principalmente, ao uso da democracia como instrumento social para promover as mudanças necessárias. Coisa para quando nos dermos conta que votar em pessoas para exercer os nossos direitos é tão absurdo quanto esperar que alguma mudança efetiva parta espontaneamente dos nossos "representantes"...