domingo, 5 de abril de 2009

Mas será possível?

Retomando os estudos agora em 2009, me surgiu a questão durante uma aula: seria possível uma democracia no real sentido do termo, ou seja, que remeta à ideia original formulada pelos gregos? Convenhamos, o conceito de democracia foi banalizado a tal ponto que atualmente nos contentamos com eleições periódicas e o suposto "direito" de votar. Posso até imaginar os filósofos gregos e, especialmente, Rousseau (para quem "a soberania e inalienável") se remoendo em seus túmulos ao ouvirem após os pleitos que a democracia se consolidou em determinado país...
É evidente que não vislumbro a população de cada capital dos estados brasileiros, por exemplo, se reunindo em praças públicas para deliberar sobre as demandas do país. Mas, por outro lado, isso aqui é o "utopias juvenis", deve haver uma possibilidade. Vejamos: entendo que a democracia "antiga" (o governo do povo) pressupõe automaticamente a participação ativa da sociedade, enquanto que atualmente obtemos a duras penas um governo "representativo" (representativo de quem? assunto para outro post, talvez...). Acredito ser possível darmos um passo além da representatividade e flertar com a democracia, pelo menos. As praças públicas descartadas, miremos então a tecnologia: por que não se utilizar dos caixas eletrônicos dos bancos para que a população possa votar as leis e mudanças propostas, ainda a princípio, pelos parlamentares? (sim, a inclusão bancária no Brasil é bastante reduzida, mas só pra citar um exemplo, se considerarmos o número de pessoas que possuem o "cartão do cidadão" da Caixa Econômica Federal ou que recebem algum benefício social através de cartão magnético, como é o caso do "bolsa família", esse número aumenta consideravelmente). Para que algo fosse aprovado, deveria haver ao menos participação de 50% da população, observando sempre que a aprovação estaria condicionada à maioria simples dos votantes (50% + 1). A ideia não passa de um rascunho mal formulado, do qual depende indispensavelmente uma reformulação radical no sistema educacional brasileiro (assunto para outro post...), coisa para se implantar daqui a algumas décadas, quando a população estiver mais habituada ao uso de máquinas e, principalmente, ao uso da democracia como instrumento social para promover as mudanças necessárias. Coisa para quando nos dermos conta que votar em pessoas para exercer os nossos direitos é tão absurdo quanto esperar que alguma mudança efetiva parta espontaneamente dos nossos "representantes"...

3 comentários:

Vanessa disse...

Oba! O Fadul postou!
Adorei!

bjs

Bazar do Desapego disse...

Fadulzitos,

O que seria do mundo se não fossem os utópicos? Uma mierda!...rs Essa ideia dos caixas eletrônicas é sensacional. O diferencial da sua visão é que você mostra um outro caminho além do caos que caminhamos. Parabéns! O texto é maravilhoso, um dos melhore. Beijos

Thiago Pacheco disse...

Ótimo texto Fadul! Concordo com você, participamos pouquissimo da vida política de nosso país. Uma alternativa seria o plebiscito, uma maneira da população participar ativamente da política.
Quero ver outros posts!

um abraço
Andrei