sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Bem-vindo de volta!

2002 foi um ano inesquecível para o futebol brasileiro. A seleção foi à Copa desacreditada e voltou como pentacampeã mundial. A confiança do torcedor estava reestabelecida. O Brasil foi campeão, retomou a hegemonia no futebol, mas ainda assim faltava o talento e a magia que se espera sempre do futebol brasileiro. E então teve início o campeonato brasileiro. Ao fim de 2002, o país teve uma grata surpresa: o futebol-arte estava de volta. Com um bando de moleques aparentemente despreocupados, o Santos foi de candidato ao rebaixamento a heptacampeão nacional. E o melhor: encantando o torcedor com um futebol tipicamente brasileiro. Muitos lembram-se das 8 pedaladas de Robinho na final do campeonato contra o Corinthians, mas acreditem: a maior exibição de futebol-arte da última década ocorreu 2 semanas antes, no dia 01 de dezembro de 2002. Pelas semifinais, o Santos enfrentava o Grêmio na Vila Belmiro. A partida terminou 3 a 0 para o Santos, mas o resultado era irrelevante diante do que se viu: uma aula de futebol-arte (não que essas coisas possam ser ensinadas), um espetáculo digno dos anos 60, quando o mesmo Santos encantou o mundo e parou guerras. Ao assistir a essa partida, enfim entendi porque o Brasil é o país do futebol. Não, não é porque somos os maiores campeões em copas do mundo, nem porque sempre tivemos equipes competitivas ou fomos a todas as copas. É porque, ao contrário do mundo, onde a busca pelo resultado é a prioridade, aqui a prioridade é o futebol-arte, jogar bonito é obrigação, e então como consequência os resultados aparecem. O Santos, que junto com o Botafogo foi o guardião do futebol-arte nos anos 60, o resgatou em 2002. Novamente um time todo de branco liderado em campo por um garoto negro encantava o mundo, novamente esse time mostrava que é possível sorrir no futebol, até mesmo para um técnico com fama de mal-humorado. O futebol-arte voltou! Para os mais velhos, foi a chance de reviver e se emocionar de novo com uma fagulha daquilo que era abundante nos nos 60. Para os mais jovens que, como eu, não viveram aquela época, foi a chance de ver ao menos 5% do que já foi o futebol brasileiro. E assim entender porque somos o país do futebol.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo texto, fadul!!!
Destaco: " Novamente um time todo de branco liderado em campo por um garoto negro encantava o mundo, novamente esse time mostrava que é possível sorrir no futebol"
Passei o dia pensando que, a felicidade é uma pluma que o vento vai levando pelo ar, voa tão leve, mas tem a vida breve"
Infelizmente futebol-arte é como essa pluma...

Vanessa disse...

Fadul,

Gostei do seu texto! Realmente o futebol brasileiro é encantador!
Te convido de antemão para assistir a um jogo do São Paulo pela Libertadores (pode ser a final, sem problmas), você vai ver que emoção, que coisa linda!

beijos